Pular para o conteúdo principal

VÁ PARA A LOJA

Grande Sonho Zumé

Instagram

Destaques

Moda e Representatividade Racial

A multiculturalidade desfila de mãos dadas com a moda sustentável.  Você também se preocupa com o meio ambiente e é apaixonado por moda sustentável , então vamos explorar como ela difere do fast fashion e por que a representatividade racial na moda é um fator crucial nesse cenário. O que é Moda Sustentável? A moda sustentável é uma abordagem que considera o impacto ambiental, social e econômico da produção de roupas e acessórios. Ela busca minimizar o desperdício, promover práticas éticas e valorizar a durabilidade e a beleza atemporal das peças. Ao escolher materiais reciclados ou orgânicos e adotar processos de fabricação eficientes, marcas como a Zumé estão liderando essa mudança. Representatividade Racial Além da Política A representatividade racial vai além da política. Ela é a expressão dos interesses das diversas etnias, envolve identidade e pertencimento. Quando vemos pessoas semelhantes a nós em posições de destaque, sentimos confiança para seguir o mesmo caminho. A falta...

O Que A Mítica Musselina De Dhaka Pode Nos Ensinar Sobre Moda Sustentável?

Retrato pintura a óleo de bela jovem dama branca sentada à janela em um palácio com iluminação lateral com vestido azul e musselina de Dhaka transparente

A musselina de Dhaka, um tecido lendário por sua leveza, diafaneidade e frescor, transcende o tempo como um símbolo da moda sustentável e da riqueza cultural de Bangladesh. Sua história remonta a séculos, tecendo um legado de técnicas ancestrais, materiais naturais e design atemporal. Entretanto, as técnicas para a sua produção perderam-se com a introdução massificada de tecidos sintéticos. Dhaka, a capital de Bangladesh, era conhecida como a "Cidade das Musselinas" durante o período Mughal (1526-1857). O tecido, feito de algodão local com fibras longas e finas, era caracterizado por sua textura macia e caimento fluido. Sua translucidez era comparada à névoa e seu toque, à brisa suave. A musselina de Dhaka também podia ser tingida em cores vibrantes ou delicadas, adornadas com bordados ou com estampas intrincadas, o que também a tornava uma tela para a expressão artística.

História e Origem

Registros da musselina de Dhaka datam do século X, mencionados em textos árabes e persas. Sua origem precisa ainda é objeto de debate, mas acredita-se que tenha se desenvolvido na região de Bengala, atual Bangladesh. A produção sempre foi artesanal, passada de geração em geração, envolvendo técnicas complexas e meticulosas para fiar e tecer um tipo único de algodão nativo de sua região de origem.

Fama e Reconhecimento

A musselina de Dhaka conquistou fama global, sendo apreciada por reis, rainhas e artistas do mundo todo. Inclusive, Maria Antonieta, a rainha da França, era uma entusiasta do tecido e Napoleão Bonaparte presenteou sua esposa, Josefina, com um vestido de musselina de Dhaka que se tornou famoso. O tecido também foi retratado em pinturas e retratos de diversos artistas renomados, como Joshua Reynolds e Jean-Honoré Fragonard.

Uma mão masculina tocando musselina de Dhaka um tecido translúcido sobre uma mesa de madeira

Produção e Sustentabilidade

A produção da musselina de Dhaka era um trabalho árduo e meticuloso, realizado por tecelões habilidosos. Um certo tipo de algodão nativo de Bengala era colhido localmente, fiado à mão e tecido em teares manuais. O processo era ecologicamente sustentável, utilizando recursos naturais e de mínimo impacto ambiental. O saber ancestral para beneficiar o algodão e tecer a musselina de Dhaka era transmitido de geração em geração, perpetuado por famílias de clãs que detinham essa arte milenar.

Declínio e Desaparecimento

No século XIX, a produção da musselina de Dhaka entrou em declínio devido a diversos fatores, como a industrialização têxtil na Europa, o colonialismo britânico e a introdução de algodão de qualidade inferior. Além disso, a Segunda Guerra Mundial também contribuiu para o declínio, com a perda de mão de obra e a desorganização da produção.

Preservação e Resgate

Embora a produção da musselina de Dhaka original tenha desaparecido, alguns fragmentos ainda existem em museus e coleções particulares, como o Victoria and Albert Museum em Londres e o Metropolitan Museum of Art em Nova York. Atualmente, existem diversos tecidos que se assemelham à musselina de Dhaka em termos de leveza e fluidez, como a musselina de algodão, a seda chiffon e o voile de algodão. No entanto, nenhum desses tecidos reproduz com exatidão as características únicas da musselina de Dhaka original.

trabalhadora oriental tecendo musselina de Dhaka

Tentativas de Revivificação

Nos últimos anos, têm havido iniciativas para reviver a produção da musselina de Dhaka. No Bangladesh, projetos estão em andamento para recuperar as técnicas tradicionais de produção e reintroduzir o algodão de fibra longa. A história da musselina de Dhaka nos ensina a importância da preservação da biodiversidade, dos saberes ancestrais e da valorização do artesanato. A busca por reviver este tecido lendário é um passo importante para a promoção da moda sustentável, da valorização da cultura e da construção de um futuro mais ético e responsável na indústria têxtil.

Comentários

Postagens mais visitadas