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No blog da Zumé você encontrará informações sobre a história e os impactos ambientais da moda as vantagens da moda sustentável e dicas sobre como se vestir de forma sustentável. Também falaremos sobre temas como trabalho justo, cultura, diversidade, inclusão, moda para todos, tingimento natural, tecidos naturais, sustentabilidade, vida sem lixo e plástico zero. Se você tem interesse em aprender mais sobre a moda sustentável, este blog é o lugar certo para você. Seja bem-vindo!
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O Que A Mítica Musselina De Dhaka Pode Nos Ensinar Sobre Moda Sustentável?
A musselina de Dhaka, um tecido lendário por sua leveza, diafaneidade e frescor, transcende o tempo como um símbolo da moda sustentável e da riqueza cultural de Bangladesh. Sua história remonta a séculos, tecendo um legado de técnicas ancestrais, materiais naturais e design atemporal. Entretanto, as técnicas para a sua produção perderam-se com a introdução massificada de tecidos sintéticos. Dhaka, a capital de Bangladesh, era conhecida como a "Cidade das Musselinas" durante o período Mughal (1526-1857). O tecido, feito de algodão local com fibras longas e finas, era caracterizado por sua textura macia e caimento fluido. Sua translucidez era comparada à névoa e seu toque, à brisa suave. A musselina de Dhaka também podia ser tingida em cores vibrantes ou delicadas, adornadas com bordados ou com estampas intrincadas, o que também a tornava uma tela para a expressão artística.
História e Origem
Registros da musselina de Dhaka datam do século X, mencionados em textos árabes e persas. Sua origem precisa ainda é objeto de debate, mas acredita-se que tenha se desenvolvido na região de Bengala, atual Bangladesh. A produção sempre foi artesanal, passada de geração em geração, envolvendo técnicas complexas e meticulosas para fiar e tecer um tipo único de algodão nativo de sua região de origem.
Fama e Reconhecimento
A musselina de Dhaka conquistou fama global, sendo apreciada por reis, rainhas e artistas do mundo todo. Inclusive, Maria Antonieta, a rainha da França, era uma entusiasta do tecido e Napoleão Bonaparte presenteou sua esposa, Josefina, com um vestido de musselina de Dhaka que se tornou famoso. O tecido também foi retratado em pinturas e retratos de diversos artistas renomados, como Joshua Reynolds e Jean-Honoré Fragonard.
Produção e Sustentabilidade
A produção da musselina de Dhaka era um trabalho árduo e meticuloso, realizado por tecelões habilidosos. Um certo tipo de algodão nativo de Bengala era colhido localmente, fiado à mão e tecido em teares manuais. O processo era ecologicamente sustentável, utilizando recursos naturais e de mínimo impacto ambiental. O saber ancestral para beneficiar o algodão e tecer a musselina de Dhaka era transmitido de geração em geração, perpetuado por famílias de clãs que detinham essa arte milenar.
Declínio e Desaparecimento
No século XIX, a produção da musselina de Dhaka entrou em declínio devido a diversos fatores, como a industrialização têxtil na Europa, o colonialismo britânico e a introdução de algodão de qualidade inferior. Além disso, a Segunda Guerra Mundial também contribuiu para o declínio, com a perda de mão de obra e a desorganização da produção.
Preservação e Resgate
Embora a produção da musselina de Dhaka original tenha desaparecido, alguns fragmentos ainda existem em museus e coleções particulares, como o Victoria and Albert Museum em Londres e o Metropolitan Museum of Art em Nova York. Atualmente, existem diversos tecidos que se assemelham à musselina de Dhaka em termos de leveza e fluidez, como a musselina de algodão, a seda chiffon e o voile de algodão. No entanto, nenhum desses tecidos reproduz com exatidão as características únicas da musselina de Dhaka original.
Tentativas de Revivificação
Nos últimos anos, têm havido iniciativas para reviver a produção da musselina de Dhaka. No Bangladesh, projetos estão em andamento para recuperar as técnicas tradicionais de produção e reintroduzir o algodão de fibra longa. A história da musselina de Dhaka nos ensina a importância da preservação da biodiversidade, dos saberes ancestrais e da valorização do artesanato. A busca por reviver este tecido lendário é um passo importante para a promoção da moda sustentável, da valorização da cultura e da construção de um futuro mais ético e responsável na indústria têxtil.
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